BIELNX :
Os cara se encontra como eu me encontro com esse vídeo… a tristeza continua. Porque parece que certos sentimentos vivem escondidos, só esperando uma música tocar, uma imagem surgir, uma frase bater do jeito certo pra eles reaparecerem. E hoje, foi isso. Me encontrei com esse vídeo do mesmo jeito que me encontro comigo mesmo quando o mundo silencia: cheio de perguntas que não sei responder, de lembranças que doem mesmo quando tento fingir que já passaram.
A tristeza não chega gritando. Ela vem devagar, senta do lado, segura tua mão como se fosse antiga conhecida. E ali, no meio desse vídeo, ela me lembrou dela.
Ela, que sempre teve um jeito estranho de me acalmar e me bagunçar ao mesmo tempo. Ela, que falava pouco, mas dizia tudo com um olhar. Que ria como se estivesse consertando o meu dia — e talvez estivesse mesmo.
E a tristeza continua porque ela continua. Em mim. Nos dias que não passam. Nas horas que congelaram desde que ela virou ausência.
Me encontrei com esse vídeo como quem esbarra em uma cicatriz esquecida. E tudo voltou: a primeira vez que ouvi ela falar meu nome como se fosse importante, a última vez que ela me olhou em silêncio antes de virar lembrança. A dor não é só pelo que acabou, mas pelo que nunca chegou a ser.
A gente planeja tanto. Um futuro, uma casa, um domingo preguiçoso. A gente sonha com ela acordando do nosso lado, com ela de cabelo bagunçado e sorriso torto dizendo “bom dia” como se fosse tudo o que o mundo precisava. Mas aí a vida vira e mostra que nem tudo que é intenso é eterno.
E o mais louco é que eu nem sei o que mais dói: o tempo que passou ou o tanto de mim que ficou lá atrás com ela. Porque tem gente que leva nossas coisas, nossas roupas, nossas fotos. Ela não levou nada disso. Mas levou minha vontade de recomeçar.
Os cara se encontra… e eu me encontro aqui, nesse vídeo, nesse loop de lembranças, nesse luto de algo que nem morreu direito. Porque ela ainda vive em cada canto de mim.
Vive nas músicas que não consigo mais ouvir, nos lugares que evito passar, nos abraços que nunca mais se encaixaram. Vive nas palavras que guardei, nas cartas que nunca escrevi, nas mensagens que apaguei antes de enviar.
E talvez ela nem..
2025-07-21 16:47:01