@claudio.chamini: Mulher com voz grossa por causa de esteroide sofre preconceito? Infelizmente, sim. Muita gente ainda associa “voz fina” à feminilidade e estranha quando uma mulher aparece musculosa, com voz grave e traços virilizados. Isso abre espaço para piadas, comentários maldosos, desconfiança sobre “ser mulher de verdade” e até julgamento moral, como se o corpo e a voz dela fossem assunto público. Do ponto de vista médico, o uso de esteroides anabolizantes e de testosterona em doses altas pode engrossar a voz, porque aumenta a espessura das pregas vocais. Em muitas mulheres, essa mudança é parcial ou totalmente irreversível. Ou seja: mesmo parando o uso, a voz pode não voltar ao que era antes. Relatos de mulheres usuárias de esteroides mostram: 1. Voz mais grossa, rouca ou “masculinizada”. 2. Serem confundidas com homens ao telefone ou em atendimentos. 3. Vergonha de falar em público, medo de julgamento e de perder oportunidades profissionais. 4. Comentários agressivos em academia e redes sociais, como se o uso de esteroide autorizasse qualquer um a criticar sua aparência. Além disso, estudos sobre mulheres no fisiculturismo e no uso de esteroides descrevem um padrão de estigma: elas são vistas como “exageradas”, “sem noção”, “menos femininas” ou “erradas” por fugir do padrão de corpo e comportamento esperado para mulher. Não é só a voz; é o pacote inteiro: músculo, pelos, mandíbula mais marcada, mudança na pele, etc. Tudo isso vira alvo de julgamento. É importante separar as coisas: 1. O risco físico é real: voz grossa, alteração menstrual, fertilidade, fígado, coração, pressão, entre outros. 2. O preconceito é social: vem de normas de gênero e da dificuldade das pessoas em aceitar corpos e vozes diferentes. Se a mulher decidiu usar hormônios, o mínimo é que tenha: 1. Acompanhamento com médico (endócrino, gineco, médico do esporte). 2. Orientação clara sobre efeitos permanentes, inclusive na voz. 3. Acesso a fonoaudiólogo e otorrino, caso a voz esteja incomodando ou atrapalhando trabalho e vida social. 4. Apoio psicológico, porque a soma de colaterais físicos + julgamento externo pesa muito na saúde mental. No fim, a voz grossa não torna ninguém menos mulher. O que precisa mudar não é a voz dela, mas o olhar das pessoas sobre o corpo feminino fora do padrão. Se quiser aprofundar o assunto (principalmente se você é mulher, atleta ou pensa em usar hormônios), vale estudar os riscos, entender que alguns efeitos são irreversíveis e refletir se vale a pena trocar a saúde e a voz por um shape mais rápido. Perguntas comuns sobre o tema 1. Toda mulher que usa esteroide vai ficar com a voz grossa? Não. O risco depende da droga, da dose, do tempo de uso e da sensibilidade individual. Mas qualquer esteroide androgênico em dose suprafisiológica aumenta o risco de engrossar a voz, principalmente se o uso for prolongado. 2. A voz volta ao normal depois de parar com o esteroide? Na maioria dos relatos, não volta 100% ao que era antes. Em alguns casos, a mudança é leve e melhora com o tempo; em outros, a alteração é intensa e permanente. Por isso, médicos costumam alertar que voz grossa é um dos efeitos mais difíceis (ou impossíveis) de reverter. 3. Dá para usar “dose baixa” e não engrossar a voz? Não existe dose totalmente segura para voz quando se fala de abuso estético de esteroides. Dose menor pode reduzir o risco, mas não zera. Algumas mulheres relatam mudança de voz mesmo com doses consideradas “baixas” por quem prescreve. 4. Fonoaudiólogo consegue “afinar” a voz que engrossou com esteroide? A fonoaudiologia pode ajudar a melhorar projeção, clareza, cansaço ao falar e estratégias para usar melhor a voz. Mas, se a anatomia das pregas vocais mudou de forma importante, é limitado o quanto a voz volta a soar mais aguda. Em casos selecionados, alguns médicos avaliam cirurgia, mas não é simples nem garantido.
claudio.chamini
Region: BR
Monday 24 November 2025 13:04:23 GMT
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