Lanna :
Tem músicas que não são músicas são sentimentos disfarçados em notas e palavras. “Saturn” é uma delas. Desde a primeira vez que ouvi, senti como se alguém tivesse traduzido um vazio que eu carregava e nem sabia explicar. É como se ela pegasse a alma pela mão e dissesse: “eu sei o que você tá sentindo, mesmo que você não consiga dizer.”
Ela fala da vida de um jeito que machuca e acalma ao mesmo tempo. Toca em coisas que a gente tenta esconder: as perguntas sem resposta, as perdas que a gente não entende, os porquês que ficam ecoando dentro da gente. É uma música que parece uma conversa com o universo com Deus, com o tempo, com algo maior que a gente. Como se perguntasse: “por que a vida é assim?” e ao mesmo tempo aceitasse que talvez a resposta nunca venha.
“Saturn” me lembra que a vida não é justa, mas ainda assim é linda. Que a dor existe, mas não precisa ser carregada sozinha. Tem uma tristeza bonita nessa música, uma saudade que não tem nome. É quase como sentir falta de uma versão mais leve da vida, onde tudo faria mais sentido. Onde quem a gente ama não vai embora tão cedo, onde a gente tem tempo de sobra pra ser feliz, pra amar sem medo, pra viver sem tanta pressa.
Quando escuto, tudo desacelera. Me dá uma vontade de chorar e agradecer ao mesmo tempo. Como se, mesmo com toda a dor do mundo, ainda existisse algo de sagrado em estar aqui. “Saturn” me lembra que sentir demais não é fraqueza é prova de que o coração ainda tá batendo, mesmo depois de tudo.
É mais do que uma música. É como um espelho da alma.
2025-07-09 05:53:35